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sábado, 17 de agosto de 2013

Separação dos pais

1- 4 anos - Vim de uma família um tanto conturbada, meu pai usuário de drogas agredia fisicamente minha mãe. Cresci assistindo cenas horrorosas da vida real, tinha muito medo dele. Ele quase não solicitava nossa presença  (minha e da minha irmã). Quando ele gritavava meu nome, o medo e tremor involuntário tomavam conta de mim, meu coração queria saltar pela boca e eu sentia algo quente escorrendo entre minhas pernas e eu sem querer urinava onde estivesse.

Eu nao lembro que ele tivesse me agredido alguma vez mas nunca precisou pois as coisas que ele fazia com minha mãe, eram suficientes  para eu enteder até onde ele era capaz de ir. Minha irmã era mais velha que eu, somente 1 ano de diferença, ela amava tanto meu pai e nao tinha um pingo de medo dele. Como minha mãe trabalhava meu refúgio era minha avó, a mae dele. Ela me protegia como quem protegia um ouro, eu tinha medo de tudo principalmente de foguetes.
O último ano que passamos juntos com o meu pai foi o mais marcante. Era noite de ano novo, e começaram a soltar os aterrorizantes foguetes. Ele viu nos meus olhos o medo, e mais do que depressa me tomou do colo de minha avó e disse que eu deveria parar de ser "medrosa" me levou para fora de casa e me obrigou a sentar no chão enquanto apertava meu pescoço para baixo afim de que eu nao pudesse levantar.
Lembro-me como se fosse hoje, eu olhava aquelas luzes atormentadoras no céu e tinha certeza que elas iriam cair na minha cabeça e me queimar toda. Mas permaneci ali firme e forte! eu nao gritei, eu engoli tudinho o meu chorinho inocente. Para minha salvação minha vozinha me pegou dele, entao eu desabei a chorar no colo dela...... ela me fez um cházinho para me acalmar e entao me colocou no quarto dela para que ele nao me encontrasse novamente. Naquele dia minha mamãe disse: "Filha eu te prometo que você nunca mais vai passar por isso!" Eu nao compreendi direito mas abracei ela e pensei que um dia as coisas seriam melhores.
No dia seguinte mamãe foi trabalhar e pediu para que uma vizinha tomasse conta de nós. Quando ela voltou e pediu para que fossemos para casa, vi várias viaturas policiais e pensei que tinham matado meu pai. Na verdade eles fariam nossa guarda enquanto tirávamos nossos pertences de dentro da casa para que o pior nao acontecesse. Um táxi já nos aguardava na frente do apartamente e mame pediu para que ficassemos la dentro mas, nao aguentamos e entramos no apartamento.
Quando entramos lá, vimos meu pai de uma maneira estranha, ele nao tentou bater nem matar mamãe... Ele chorava e pedia para nao irmos embora. Minha irmã como era super achegada nele, correu para acalmá-lo (ela tinha 5 anos) ele se aproveitou da cena e se ajoelhou na frente dela pedindo desesperadamente para que ela impedisse mamae de ir emobora. Pediu para que nao o abandonasse... Minha irmã repetia o que ele pedia e chorava junto com ele e eu só observava.  Fomos embora chorando e eu lembro como se fosse hoje nossas amigas vizinhas dizendo pra mim  e pra minha irmã "coitadinhas"... Eu tinha 4 anos e minha irmã 5... Durante alguns anos minha irmã acusava minha mae de ter abandonado seu pai.... foram momentos difíceis.... Assim partimos e fomos rumo a casa da vovó e do vovô ....

Situação atual


Tenho 25 anos, curso Psicologia... consigo ajudar tantas pessoas, mas percebo que nao posso ajudar a mim mesma! Ás vezes eu penso que deveria voltar para terapia, mas eu luto todos os dias para levantar da cama e isso já é algo extremamente difícil pra mim. Tomar banho e lavar meu cabelo que todos acham tão lindo é torturante! Tarefas simples, exigem de mim uma força de vontade gigante.

Quando eu cumpro as tarefas simples do cotidiano como acordar antes do meio dia e me alimentar, tenho vontade de contar para todos que eu consegui porque a sensação que tenho é que eu fui uma guerreira e venci a depressão. 

Para abrir os olhos de manha, eu preciso pensar muitas vezes em um motivo seríssimo que mereça que eu saia dali. Moro sozinha, tenho um noivo e daqui 27dias me caso. Ele fala que quando casarmos ele vai me ajudar e que tudo vai mudar. 

Eu nunca consegui me amar, sempre me achei gorda e sempre tive vergonha de várias partes do meu corpo. Engordei 16 kilos, apareceram estrias e como uma menina de 16 anos que nem filho tem já está assim, virada numa baleia? Porque eu deixei chegar a este estado?  Quanto mais eu penso que estou com pneu e gordura na barriga, mas me da vontade dormir...... Aliás dormir tem sido minha fuga para tudo. Eu sinto dor dos dois lados das pernas e quadril de tanto ficar na mesma posição. Eu nao tenho vontade nem comer algo gostoso mais.  Eu já tentei me matar 3 vezes... e isso me envergonha principalmente pela minha profissão e religiao. 

Eu tenho sonhos e planos mas, eu não tenho certeza que estarei viva para concretizá-los.... Vivo pensando que tneho uma doença ou outra mas, nao tenho nada... sou saudável...Às vezes me vem a cabeça que eu poderia sofrer um acidente qualquer que eu nao morra sabe? pra eu ficar no hospital e todos me visitem e se preocupem mas, isso é coisa que o inimigo coloca na minha cabeça.....
Minha mãe mora muito próximo a minha casa, mas eu nao sou bem vinda lá porque eu falo muito quando vou la  e eles nao gostam. Talvez se eu fosse muda ela seria mais feliz. 

Estou desempregada, nao tenho ainda onde morar com meu marido. . . Tudo que eu peço é que Deus nos ampare e ajude neste momento.  



Estou buscando blogs de pessoas que queiram ler  desabafos, minhas histórias e queiram opinar com um olhar cristão pois, eu postarei sempre e quero ouvir vocês =)

Óbvio que eu oro expondo para Deus meus problemas, mas eu quero amigos experientes que possam me aconselhar. Estou esperançosa com isso pois acredito que vcs irão me ajudar muito 


 

Meu primeiro post...

Meu real nome não é Líris, mas para preservar minha imagem eu criei este pseudônimo para que possa falar sem medo de alguém me julgar de nada. Fiz este blog em um momento difícil da minha vida, para que eu possa contar como é a vida de alguém que se converteu a Cristo há pouco tempo. E irmãos digo com toda propriedade que é difícil, mas eu vou conseguir eu sei que vou.